terça-feira, 8 de novembro de 2011

*SERETÁRIO-GERAL DA FIFA DEVE TER CLIMA TRANQUILO E CONCILIADOR NO CONGRESSO

Por Marcelo ParreiraBrasília

Jerome Valcke durante reunião da FIFA (Foto: Reuters)Francês Jérôme Valcke passará por sabatina de
questionamentos na comissão (Foto: Reuters)
secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deve encontrar uma clima razoavelmente tranquilo na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira. Convidado da comissão que discute o projeto da Lei Geral da Copa, o dirigente passou manhã e tarde em São Paulo e chegou esta noite em Brasília para um jantar de trabalho. Ele será ouvido pela comissão logo pela manhã, acompanhado do presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, Ricardo Teixeira. Depois, almoça com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
Em comparação ao que era previsto há algum tempo, Valcke verá um ambiente mais amistoso. Logo após o envio do projeto pelo governo ao Congresso, a Fifa criticou a ausência de regras específicas que suspendessem as leis de meia-entrada. A falta de uma definição clara sobre a permissão para a venda de bebidas alcoólicas nos estádios - hoje proibida por algumas leis estaduais e pelo regulamento da CBF - também foi alvo de reclamações. Há ainda discussões sobre a criação de juizados especiais durante o evento e mudanças na punição de pirataria.
Se no começo os deputados reagiam com uma defesa contundente da posição brasileira em alguns destes pontos, a atitude agora é de conciliação. Existem exceções, é claro, mas parlamentares da base aliada do governo e da oposição já têm reafirmado uma postura flexível, que leve em conta os interesses da Fifa. É o caso, por exemplo, do presidente da Comissão de Turismo e Desporto e integrante da comissão especial analisadora, Jonas Donizette (PSB-SP).
Pela Lei Geral, Comissão quer ouvir cerca de 50 pessoas até o início de 2012
- É ruim essa coisa de enfrentamento entre governo e Fifa, Brasil e Fifa. Eu espero que eles tenham uma postura flexível, de ouvir o parlamento e flexibilizar, mas é claro que nós temos que entender também a posição deles. Eles são uma entidade comercial, nós temos a obrigação de defender os direitos da população - argumentou.
Donizette diz ser pessoalmente contrário à venda das bebidas alcoólicas, mas acredita que já há entre os deputados da comissão um clima favorável à exigência da Fifa. Outra proposta que já foi feita pela entidade e pode ser incorporada é a de, no lugar dos desconto de meia-entrada, existir uma cota de ingressos a preços populares - ideia defendida até pela oposição, como o deputado Otávio Leite, do PSDB fluminense. Esses bilhetes sairiam, a princípio, entre R$ 34 e R$ 51. A comercialização das 3,5 milhões de entradas só terá início em 2013.
- O que eu quero particularmente ponderar é sobre um percentual fixo para preços populares, que pode muito bem ser administrado por um portal onde haveria patrocinadores para subsidiar esse custo. Mas é indispensável que a Copa também possa ser assistida pelos brasileiros.
Leite também defende a busca de consenso, mas reforça a necessidade de transparência nas regras. E mantém o discurso de busca da soberania nacional.
- As regras hoje vividas pela população nos campos de futebol tem que ser respeitadas, porque o costume e a tradição são fonte de direito. Não pode, na regra internacional, suplantar isso, nem tampouco a Fifa é um Estado. O Brasil tem que ser soberano, e nós vamos cobrar isso.
globoesporte

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.