sábado, 29 de outubro de 2011

*ZEBRA NA CONCACAF,GUIANA APONTA A "ATITUDE" COMO DIFERENCIAL.


A uma vitória da classificação antecipada à fase final das eliminatórias da Concacaf para 2014, a seleção emergente de Guiana credita à atitude de seus jogadores o momento especial e inédito na vazia história de seu futebol. O grupo tem nas mãos a oportunidade de eliminar Trinidad e Tobago do Grupo B em 15 dias. O técnico Jamaal Shabazz, nascido justamente no país rival, reconhece que o time tem pouca técnica, mas revelou que outras apostas deram certo.
- Acho que a grande diferença é a atitude. Ao contrário da outra vez, agora a mensagem foi bem captada. Talvez não tenhamos o talento das potências da região, mas apostamos pela organização, o profissionalismo e a disciplina, e isso é o que nos têm dado esses bons resultados - argumentou o comandante, ao site da Fifa.
Ainda faltam duas rodadas para o término da disputa, mas, com um ponto na frente de Trinidad, Guiana só precisa de um triunfo (serão jogos seguidos contra o adversário, último classificado do Caribe para um Mundial, em 2006) para carimbar a passagem para encarar "gigantes", como Estados Unidos, México, Honduras e Costa Rica. Nas outras chaves, por ora, El Salvador, Panamá, Canadá, Guatemala e Antígua e Barbuda vêm na dianteira.
Seleção da Guiana (Foto: Site oficial da FIFA)Modesta seleção de Guiana posa para uma das partidas nas eliminatórias 2014 (Foto: Site oficial da FIFA)
Experiente nesse nível de competição, Shabazz apontou que sua formação é totalmente acadêmica, já que não foi jogador de futebol profissional.
- Sou produto de uma centena de cursos da Fifa. Tudo que aprendi me fez acreditar que um técnico do Caribe pode levar uma seleção da região a uma competição de alto nível. No passado, a ideia era de que seria preciso que viesse alguém da Europa ou da América do Sul para isso. Agora, é minha oportunidade de derrubar esse mito e de abrir caminho para outros companheiros - afirmou, animado.
Sem fugir da origem: estilo sul-americano
Curiosamente, ainda que poucos saibam, a Guiana faz parte da América do Sul, na região do extremo norte, mas não teria condições de enfrentar as seleções mais poderosas de igual para igual. Por isso, desde que começou a se aventurar em busca de uma participação em Copas, em 2007, teve o aval da entidade máxima do esporte para se filiar à Concacaf. Na experiência de estreia, caiu logo na fase preliminar, com duas derrotas para Granada.
Tudo que aprendi me fez acreditar que um técnico do Caribe pode levar uma seleção da região a uma competição de alto nível. No passado, a ideia era de que seria preciso que viesse alguém da Europa ou da América do Sul para isso. Agora, é minha oportunidade de derrubar esse mito e de abrir caminho para outros"
Jamaal Shabazz, técnico de Guiana
O treinador, no entanto, terá de superar seu sentimento de patriotismo para levar a zebra à frente. Shabbaz, que já orientou a seleção de Trinidad, assegura estar preparado.
- Será um momento muito emocionante para mim, é claro. Mas preciso fazer isso. Não só por mim, mas pelos técnicos caribenhos e por Guiana. Tenho de deixar de lado minhas emoções e fazer isso pela região. Senão, todo o investimento em minha preparação como treinador não terá servido de nada. É um momento decisivo - destacou.
Os torcedores têm mostrado empolgação e lotam todas as partidas, ainda que o estádio utilizado tenha capacidade para apenas 25 mil pessoas. No país, o críquete costuma ter mais apoio. Mas Shabbaz, que pede inspiração no estilo mais leve de atuar dos sul-americanos, avisa que o povo também é apaixonado por futebol. E lembra: hoje, já são seis peças do time que estão na Europa. Mais precisamente, na Inglaterra: o tradicional Charlton e clubes da Segunda Divisão, além também dos EUA, abrigam os guianenses.
- Não os decepcionarei - decreta o técnico.
Por GLOBOESPORTE.COMGeorgetown, Guiana

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