sábado, 22 de outubro de 2011

*FIFA APRESENTA PLANO ANTICORRUPÇÃO



Antes de anunciar a abertura do dossiê do caso ISL, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, na sede da Fifa, em Zurique, o presidente da entidade, Joseph Blatter, apresentou orgulhosamente os planos para combater a falta de transparência e as acusações de corrupção na Fifa. Mas o planejamento esbarra num antigo problema. Os grupos de trabalho recém-criados irão se reportar ao Comitê Executivo, com vários dos seus 24 membros atingidos por denúncias. Blatter saiu em defesa dos dirigentes.
- Não aceito que metade dos membros estejam numa situação em que não deveriam fazer parte do comitê - disse o suíço, de 75 anos, à frente da Fifa desde 1998. - Nossa reputação não corresponde aos trabalhos que realizamos ao redor do mundo - acrescentou.
Joseph Blatter, presidente da Fifa (Foto: Reuters)Joseph Blatter, presidente da Fifa, durante a entrevista coletiva nesta sexta-feira em Zurique (Foto: Reuters)


O dirigente anunciou ainda que um representante da organização anticorrupção Transparência Internacional (TI) fará parte deste grupo de trabalho. A organização elogiou as propostas de Blatter mas lembrou que existe muito trabalho a ser feito para transformar as palavras em ação.
O grupo de trabalho sobre transparência será responsável por revisar o processo de eleição para presidência da Fifa e para a votação das sedes da Copa do Mundo, que causou controvérsia após as vitórias de Rússia e Catar pela organização dos Mundiais de 2018 e 2022, respectivamente. Atualmente, apenas os membros do Comitê Executivo votam. A proposta é a de que a eleição seja aberta a todos os 206 países-membros.
- TI estava otimista de que a Fifa cumpriria a promessa de investigar o passado e introduzir reformas. É um importante passo, mas é apenas o início. Há muito trabalho para recuperar a credibilidade da entidade e teremos que esperar até dezembro para ver até onde e com que rapidez serão as reformas - afirmou Sylvia Schenk, conselheira sobre esportes da TI.
Entre os membros do Comitê Executivo da Fifa estão o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014, Ricardo Teixeira; o presidente da Confederação Sul-Americana, o paraguaio Nicolás Leoz; e o presidente da Confedaração Africana, o camaronês Issa Hayatou. Segundo a emissora britânica BBC, os três teriam recebido propinas para garantir à empresa ISL, que faliu em 2001, lucros na comercialização de direitos de transmissão e anúncios publicitários na década de 90.
O dinheiro teria sido pago de volta pelos dirigentes após um acordo na Justiça da Suíça que garantiria que seus nomes não fossem divulgados. Nesta sexta, Blatter anunciou que o dossiê ISL, que pode revelar os envolvidos, será aberto em dezembro e entregue a uma comissão independente.
Também faz parte do Comitê Executivo o presidente da Federação da Tailândia, Worawi Makudi, que não esteve presente na reunião em Zurique. Makudi é acusado de ter financiado uma construção em um terreno dele mesmo usando dinheiro de um projeto da Fifa para desenvolvimento do futebol no país. A Fifa anunciou ter aberto um inquérito para apurar o caso. Ainda assim, Blatter defendeu os membros do comitê e pediu paciência com as mudanças.
- Deixem-nos trabalhar por transparência e contra a corrupção, vamos olhar para a frente. Os membros do comitê são eleitos pelas confederações continentais, de acordo com nossos estatutos. Talvez haja algumas pessoas envolvidas com corrupção no futebol, como podem haver casos de racismo ou doping. Mas isso não significa que a Fifa seja uma instuição corrupta. Esperamos até 2014 ou mesmo antes apresentar uma imagem melhor do que a que temos atualmente.
globoesporte.com

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