O ministro do Esporte, Orlando Silva, compareceu nesta terça-feira à Câmara dos Deputados para seguir sua cruzada de esclarecimentos sobre suposto desvio de recursos em ONG sem fins lucrativos. Em uma audiência conjunta de duas comissões da Casa, disse que está sendo vítima de um "tribunal de exceção" e comparou as recentes denúncias contra ele ao tribunal de Nuremberg, que julgou criminosos nazistas após a Segunda Guerra Mundial.
- Eu lembrei do tribunal de Nuremberg e de uma triste fase do Brasil, em que se dizia "às favas com os escrúpulos". É tribunal de exceção. Acusar alguém sem o devido processo é tribunal de exceção, isso tangência com o fascismo, com o autoritarismo - rebateu, com palavras duras.
Á imprensa e à Câmara, Orlando Silva se defende de acusações (Foto: Marcelo Parreira / Globoesporte.com)Inconformado, o ministro repetiu os argumentos que tem utilizado ao se defender das acusações publicadas no último sábado pela revista "Veja". Nelas, o policial militar de Brasília João Dias apontou Orlando Silva como mentor e beneficiário de um esquema de uso de verba pública destinada ao programa Segundo Tempo, do ministério.
Criada em 2003, a ONG tem como objetivo permitir a realização de atividades esportivas a crianças carentes. Segundo o policial, no entanto, havia no ministério a cobrança de propinas que chegariam a 20% do valor dos convênios firmados no programa.
Como na coletiva de segunda-feira, no Palácio do Planalto, Orlando Silva negou qualquer irregularidade, disse que vai defender sua honra e subiu o tom contra Dias.
marcelo parreira
globoesporte.com
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