sábado, 15 de outubro de 2011

* "INVENÇÕES E CALÚNIAS" DIZ ORLANDO SILVA


O ministro do Esporte, Orlando Silva, se mostrou revoltado com a reportagem publicada na manhã deste sábado pela revista “Veja”, o acusando de participação em um esquema de desvio de dinheiropúblico. Segundo ele, que está na cidade de Guadalajara-MEX acompanhando o primeiro dia dos Jogos Pan-Americanos, a matéria traz um ‘conjunto de invenções e calúnias’ e que isso será tratado na Justiça.
- De pronto, quero repudiar as mentiras que foram publicadas. Causou surpresa o conjunto de invenções e calúnias. Tomarei medidas judiciais e moverei ação penal contra duas pessoas. Solicitei ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que fosse aberto inquérito criminal para que fossem apurados os fatos citados. O único momento em que encontrei um dos caluniadores (João Dias Ferreira) foi numa audiência em 2004, se não me engano, a pedido do então ministro Agnelo Queiroz. A segunda pessoa (Célio Soares) não faço ideia de quem seja. São acusações gravíssimas, tomarei medidas judiciais e solicitarei que a Polícia Federal apure as denúncias. Em alguns momentos, tive notícias por assessores que essa pessoa fazia insinuações e até ameaças. Não temo nada do que foi publicado na revista.
Orlando Silva, que ainda tem uma agenda a cumprir em Guadalajara, chega ao Brasil neste domingo. Ele afirmou acreditar que a denúncia tenha fundo político e levantou a possibilidade de que se trate de uma retaliação ao aumento do rigor na adesão de empresas ao programa Segundo Tempo, que libera dinheiro para crianças carentes.
- Esse ano, os parceiros passaram a ser escolhidos por seleção pública, porque houve mais mais pedidos do que possibilidade de atender à demanda. Também passamos a não realizar convênios com entidades privadas, pois as públicas garantem um melhor sistema de controle. No ano passado foi instaurada uma Tomada de Contas Especial e o processo, enviado ao Tribunal de Contas da União para que a empresa relacionada a um dos acusadores devolva o investimento de cerca de R$ 3 milhões. Antes disso, houve a possibilidade de que houvesse uma prestação de contas mais clara, o que não aconteceu - afirmou Silva.
O ministro disse estar sereno, mas indignado com as acusações. Além disso, afirmou ter conversado na manhã deste sábado com a presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, recomendou que não alterasse sua agenda de compromissos. Orlando Silva disse estar disposto a rebater em Brasília qualquer insinuação.
- Me coloco à disposição de ir ao Congresso já nesta semana e coloco meus sigilos fiscal e bancário à disposição dos órgãos de controle. Estou indignado, porque um bandido me acusa e eu preciso me explicar. Agora, o sentimento é de defesa da honra. Existem pessoas na política que não se incomodam com acusações, mas felizmente eu ainda tenho sensibilidade.

Segundo a revista, o policial militar João Dias Ferreira, preso em 2010 pela polícia de Brasília, disse que o ministro e coordenador principal da preparação brasileira para a Copa do Mundo de 2014 teria atuado como gerente de um esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, do ministério, e até recebido em mãos dinheiro do mesmo. O programa libera recursos para compra de materiais esportivos e alimentação de crianças carentes em projetos relacionados a esportes e é baseado em parcerias com prefeituras, governos estaduais e ONGs.

Oposição pede afastamento de Orlando Silva
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Duarte Nogueira (SP), defende que o ministro Orlando Silva seja afastado do cargo enquanto as denúncias forem apuradas. Em nota, Nogueira comunicou que vai entrar com representação na Procuradoria-Geral da República pedindo que tanto o ministro como o governador do DF, Agnelo Queiroz, sejam investigados.
- O Ministério do Esporte está à frente das obras e preparativos para a Copa e as Olimpíadas e isso envolve a administração de bilhões de reais. O ministro não pode estar sob suspeição, acusado de montar esquemas de corrupção. As denúncias precisam ser apuradas.
Ainda de acordo com Nogueira, o PSDB já havia pedido no início do ano que os convênios do programa Segundo Tempo fossem investigados.
- As denúncias envolvendo o ministro e o programa Segundo Tempo são recorrentes. É preciso uma investigação profunda. Há fortes indícios de que, para participarem do programa, as ONGs eram escolhidas a dedo, ligadas ao PCdoB, e pagariam propina pelo convênio. Isso é muito sério, um esquema criminoso. É dinheiro público indo pelo ralo.
Já o ministro disse não acreditar que as denúncias afetem a preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014.
- Imagino que nada disso atrapalhe, pois se tratam de calúnias. Além disso, o ônus da prova é de quem acusa, e não há prova ou hipótese de que haja prova.

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