terça-feira, 20 de setembro de 2011

*PROBLEMAS NA INFRA DA COPA

Quando se pensa em Copa do Mundo, a primeira coisa que vem à cabeça são estádios. A linha de raciocínio é seguida à risca pelo Portal da Copa, site que o governo federal colocou no ar na sexta-feira (16) para divulgar o andamento das obras. Ali, há notícias diversas e, na área reservada às cidades-sede, a única referência a obras são exatamente as arenas de futebol. 

Mas como afirma o próprio caderno de encargos entregue pelo governo à FIFA na época da candidatura brasileira, tão ou mais importante quanto os estádios são as obras de mobilidade urbana, que deveriam ficar como legado para as cidades que receberão os jogos. O problema é que o atraso chegou a tal ponto que o governo foi obrigado a esticar o prazo para que elas fiquem prontas. 

De acordo com balanço oficial, apenas cinco das 12 cidades-sede que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014 deram início a suas obras de mobilidade urbana. Em relação aos projetos de melhoria do transporte público, as cidades que estão à frente são Belo Horizonte, Cuiabá, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro. Nem sequer começaram as obras Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Salvador e São Paulo. 

Dos 49 projetos de mobilidade, que demandarão investimentos de R$ 12,1 bilhões, o site de fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) lista apenas seis e, em geral, nenhuma das obras foi iniciada. 

No portal da CGU (Controladoria-Geral da União), a situação é um pouco melhor, mas mesmo assim espanta o nível de desatualização quando comparado ao discurso do governo. Cuiabá e Porto Alegre, que já teriam começado suas obras de mobilidade, aparecem como não tendo feito qualquer gasto. Nas capitais mato-grossense e gaúcha, os gastos seriam de R$ 481,2 milhões e R$ 524,9 milhões, respectivamente, mas nenhum desembolso foi feito. 

O mesmo site da CGU, que aponta as duas cidades como não tendo feito qualquer gasto, também mostra que Natal realizou despesas de 0,14% do total, assim como Manaus (0,83%) e Curitiba (0,33%). Os índices são irrisórios, mas mostram que nem tudo que acontece nos canteiros corresponde às páginas na internet. 

Porto Alegre também é a cidade que apresenta o maior número de projetos. Dos dez, apenas um teve os trabalhos iniciados, o da avenida Severo Dullius. Iniciada em setembro, essa obra tem previsão de estar concluída em outubro de 2013. As demais foram licitadas neste mês e deverão estar terminadas até dezembro de 2013. Novamente, não há qualquer gasto descriminado nos sites de fiscalização. 

O mais curioso é que tais órgãos, que deveriam dar o exemplo da presteza nas informações, cobram do governo exatamente aquilo que não fazem. Em relatório datado de 13 de setembro, o ministro Valmir Campelo, do TCU, aponta que há falhas gerenciais do Ministério do Esporte para a realização da Copa.

- A matriz de responsabilidades encontra-se desatualizada no que se refere a prazos e valores de diversas obras de mobilidade urbana, estádios, portos e aeroportos (...). Ausência de informações tempestivas e desconhecimento de óbices que limitam o andamento normal das obras, com potencial prejuízo à adoção de providências para sanar os problemas relacionados ao cumprimento dos cronogramas pactuados.



fonte R7

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