terça-feira, 27 de setembro de 2011

*+ 1 ESCÂNDALO ENVOLVENDO R. TEIXEIRA

Enquanto o país vive a expectativa da preparação da Copa do Mundo de 2014, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e do Comitê Organizador do Mundial, Ricardo Teixeira, coleciona escândalos e suspeitas de operações fraudulentas e criminosas. O mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro terá de dar explicações sobre casos que vão desde lavagem de dinheiro à venda de pacotes turísticos para a Copa no Brasil.

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O mais novo caso surgiu nesta segunda-feira (26), quando a Polícia Federal divulgou que irá investigar se Teixeira trouxe dinheiro ilegalmente para o país. O procurador da República Marcelo Freire enviará ao órgão um pedido de investigação formal contra o cartola.

De acordo com acusação do jornalista Andrew Jennings, da rede britânica BBC, João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira receberam US$ 9,5 milhões em propinas da empresa de marketing ISL para garantir contratos de exclusividade em transmissões e patrocínios da Copa do Mundo. Os pagamentos da ISL foram feitos a uma empresa chamada Sanud, baseada no principado europeu de Lichenstein. O que chama a atenção dos investigadores é que a Sanud remeteu dinheiro para o Brasil como se fizesse empréstimos para Teixeira, mas o cartola nunca pagou de volta, um indício de que a Sanud pode ter sido criada apenas para transferir o dinheiro das propinas para o Brasil.

Um amistoso realizado entre Brasil e Portugal, em novembro de 2008, também levantou suspeitas acerca do nome de Teixeira. O mandatário é suspeito de ter ficado com R$ 9 milhões de dinheiro público destinado à organização da partida. Deputados e senadores abriram pedido para uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso.

A suspeita surgiu por conta da ligação entre o cartola e Vanessa Almeida Preste, uma moça que é gerente de loja, mas que também aparece como acionista de uma empresa chamada Ailanto Marketing. Sem nenhuma experiência com futebol, a empresa promoveu o jogo da seleção brasileira contra Portugal em Brasília, que marcou a reinauguração do estádio do Gama. Na época, o então governador José Roberto Arruda pagou à Ailanto o valor de R$ 9 milhões pela realização do jogo.

O Ministério Público diz que o caso é uma aberração, e agora quer o dinheiro de volta aos cofres públicos porque a empresa não gastou nem um real para promover o jogo. A conta sobrou para a Federação Brasiliense de Futebol.

Pacotes turísticos

O jornal Folha de S. Paulo destacou em sua edição de 29 de junho que duas empresas foram escolhidas pela Fifa para explorar um dos ramos mais lucrativos da Copa do Mundo de 2014: pacotes de viagens, hospedagem em hotéis de luxo e ingressos em espaços VIPs para os jogos do mundial. A Traffic e o Grupo Águia são empresas que têm ligações com a CBF e Ricardo Teixeira e poderão comercializar 100 mil “pacotes hospitalidade” da Fifa, um negócio milionário.

Cláudio Abraão dirige uma das empresas do grupo Águia, a SBTR (Stela Barros Turismo). Em 2009, ele vendeu uma cobertura na Barra da Tijuca a Teixeira por R$ 720 mil. Mesmo valor que pagou em 2002, quando ele comprou o imóvel. Na escritura, há um detalhe curioso, a base de cálculo do valor do imposto foi de quase R$ 2 milhões. Na região, corretores de imóveis calculam que uma cobertura de frente para a praia neste condomínio saia por R$ 4 milhões.

Cláudio é irmão de Wagner Abrahão, dono do Grupo Águia. Teixeira e Wagner são velhos conhecidos. Wagner Abrahão é dono da agência de viagens da CBF. Suas empresas organizam as viagens da seleção e a venda de pacotes para Copas do Mundo. Na França, as empresas deixaram de entregar ingressos vendidos e deixou mil torcedores de fora dos jogos. Na Alemanha, foram acusadas por fazer vendas casadas de bilhetes e pacotes.

A CPI do Futebol, realizada entre 2000 e 2001, ainda apontou que a SBTR superfaturava preços de hotéis e passagens para a seleção e ganhou R$ 31 milhões entre 1998 e 2000. Os deputados suspeitavam na época que os valores faziam parte de um esquema de lavagem de dinheiro de Teixeira.



R7

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