terça-feira, 6 de dezembro de 2011

*MANO MENEZES AVALIA TEMPORADA DE 2011

O técnico Mano Menezes participou nesta terça-feira do primeiro dia de palestras do Footecon, fórum internacional de futebol, no Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Em questão os modelos do Brasil e do Barcelona na formação de jogadores. Após o debate, o treinador da Seleção Brasileira conversou com os jornalistas, falou do planejamento da temporada 2012, do projeto olímpico e da ansiedade dos torcedores em ver o duelo entre Santos e Barcelona na final do Mundial de Clubes da Fifa.
- Não temos Santos e Barcelona ainda. Uma parte do Rio Grande do Sul que o diga (lembrando a eliminação do Inter na competição do ano passado). É bom esperar um pouco. A expectativa maior é de poder ver Santos e Barcelona. Não sei se é motivo de alegria ou de insônia. Jogar contra aquele time deve ser uma preocupação grande. Mas o Santos tem uma grande equipe, tem um grande comandante, que é o Muricy – avaliou Mano.
O treinador aproveitou ainda para lembrar os resultados positivos conquistados por São Paulo, que já bateu Milan, Barcelona e Liverpool em decisões do Mundial, e do Internacional, que venceu o time catalão em 2006.
- Se essa decisão for confirmada, todos só pensarão nela. As equipes brasileiras têm demonstrado a sua capacidade de construir bons resultados. Vi esse São Paulo vencer em outras ocasiões. Esse é o caminho e é preciso fazer isso para enfrentá-los (europeus) e realizar um grande jogo – afirmou o comandante canarinho.
Bem humorado, o treinador comentou a pressão que é comandar a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos, da presença de Ronaldo Fenômeno no Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 e da importância realizada pelo técnico Ney Franco nas categorias de base da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
- Quero parabenizar todos os componentes da Seleção Brasileira sub-15, que conquistou de maneira invicta o título sul-americano. Sabíamos do potencial desse grupo. Tivemos dificuldades por conta desse problema dos contratos. Muitos clubes se sentiram ameaçados e não quiseram liberar alguns atletas. Conseguimos fazer um grupo de qualidade. As Seleções estão recuperando uma hegemonia na América do Sul. Todas as categorias conseguiram os títulos das suas modalidades e estamos trabalhando na criação de uma filosofia. São coisas mais duradouras. Os profissionais têm qualidade para desenvolver o trabalho e todos estão de parabéns pelo que conseguimos fazer, perseguindo questões mais objetivas – analisou.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista do treinador da Seleção:
O que achou da nomeação de Ronaldo como membro do conselho de administração do Comitê Organizador da Copa de 2014?
MANO MENEZES
: Não tive contato com o Ronaldo desde que ele assumiu o cargo. São questões distintas. Ouvi uma pergunta se o Ronaldo indicaria jogadores parta a Seleção, mas os trabalhos são diferentes. Ronaldo faz parte do COL, vai desempenhar o seu papel, segundo ele, que eu tive a chance de assistir de dar mais proximidade ao torcedor, é im,portantes termos mais pessoas falando pela copa para o torcedor, de forma direta. Ele tem esse carisma, o carinho do torcedor, que é importante para todo o Brasil.
O fato de o Brasil não jogar as eliminatórias é uma preocupação a mais?A Argentina está preocupada que deve jogar as eliminatórias. E tem gente preocupada no Brasil que não vamos jogar as eliminatórias. Não vamos jogar porque somos o país sede. Perde-se em competitividade, mas vamos ganhar porque seremos inteligentes para conduzir o processo. A Seleção ainda não está definida. Todos os jogadores não estão definidos porque não é a hora disso. Depois das Olimpíadas será o momento de começar a definir um grupo próximo daquela que vai chegar até a Copa de 2014. Vamos fazer o amistoso de fevereiro com a Seleção principal, mantendo um percentual de jogadores com idade olímpica. Teremos três meses sem datas da Fifa e não podemos chamar atletas de fora do país porque os clubes não têm obrigação de liberar. Nesse período nós vamos fazer três reuniões (convocações) porque vamos estudar cada caso se vamos fazer jogos ou não e treinamentos com jogadores de idade olímpica. Em junho teremos quatro datas da Fifa e vamos dar ritmo ao grupo que vai atuar no torneio nos Jogos de Londres.
O Brasil está próximo de ter um processo de formação parecido com o do Barcelona?Já tivemos casos onde estivemos muito próximos da qualidade que vimos na demonstração feita pelo Barcelona. Mas a realidade hoje é distante dessa formação. O aproveitamento dos jogadores da sub-20 no último estágio da principal já está ocorrendo. Fiz convocações com jogadores do sub-20 tanto do Sul-Americano como do Mundial. É bom fazermos com calma porque no Brasil é oito ou oito mil. Esquecemos o oitenta há muito tempo. Ou o jogador é craque ou ele não serve para a Seleção. Quando se trata de formação é bom manter a calma necessária. Alguns jogadores você pode colocar e ter uma resposta imediata. Por outro lado, com alguns não é isso que acontece.
Já conversou com André Sanches, novo diretor de Seleções da CBF, para trabalhar o planejamento de 2012?Não tivemos uma conversa de trabalho. Tivemos uma conversa rápida em São Paulo quando dá festa de encerramento do Campeonato Brasileiro. Mas não era hora e local para se tratar de trabalho. A partir do momento que ele assumir não teremos dificuldades de entendimento. Cada um tem a sua responsabilidade, o seu trabalho específico e conjugando isso muito bem, nós vamos sair ganhando, que é o objetivo maior sempre. É bem positivo termos uma pessoa mais próxima. O presidente (Ricardo Teixeira) tinha muitas atribuições. Tendo uma pessoa mais próxima nesse caminho você torna as discussões mais relacionadas à Seleção como uma coisa natural.
Já tem uma ideia do grupo que vai levar para as Olimpíadas?Para as Olimpíadas nós já temos uma ideia clara do que vamos fazer. Temos um pouco mais de seis meses para as Olimpíadas que começam no dia 25 de julho. O que fizemos está de bom tamanho para ter uma equipe na cabeça e trabalhar dessa maneira.
Achou justa a conquista do Campeonato Brasileiro pelo Corinthians?Achei o resultado justo. Vasco e Corinthians duelaram até o final e dá uma ideia da paridade do campeonato. A competição terminou de forma brilhante e deixa todos nós satisfeitos. As atitudes tomadas surtiram efeito (última rodada com clássicos).
Uma campanha ruim nas Olimpíadas pode pesar contra um treinador?Já tirou, deixou... Deu vários exemplos. Não vou me ater a esse tipo de observação porque é subjetiva. Gosto de levar em consideração a qualidade do que está sendo feito. Às vezes você faz um bom trabalho e não ganha. Outras vezes o trabalho nem é tão bom e você ganha, mas paga o preço lá na frente. Tenho uma consciência tranquila do que estou fazendo e do que deve ser feito. As pessoas é que precisam ter opiniões do meu trabalho. Não gosto de falar o que fiz ou o que eu não fiz. É o que eu tenho feito desde o dia que assumi a Seleção. Não tenho ilusões sobre o meu trabalho e que passaríamos por momentos delicados. O aproveitamento está variando na casa dos 68%. Você paga um preço por uma transformação radical. A transformação poderia ser menor, mas não foi o que eu ouvi de vocês quando terminou a Copa do Mundo.
Neymar foi eleito o craque do Brasileiro, e Dedé, o “Craque da Galera”. O que achou das indicações desses dois jogadores?Neymar foi uma unanimidade em relação ao que realizou nesta temporada. Parece que foi justa a escolha. Concordo com a grande maioria dos eleitores que o escolheram. Tem se constituído um dos melhores jogadores do Brasil e do mundo. Ele fez parte de uma lista de jogadores considerados os melhores do mundo. O jogador que mais pediam para eu convocar depois do Ronaldinho Gaúcho era o Dedé. Vai além da torcida do Vasco. É uma conquista pessoal de um jogador que está crescendo na posição, que manteve desempenho após a convocação e por isso que ele teve esse reconhecimento.
globoesporte

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